20100721

Na Copa, uns descansam e outros dão duro. Que o digam Google e Twitter

Todos sabem que o mundo gira mais devagar quando ocorre uma Copa do Mundo – em alguns países mais, noutros menos. Mas quanto? Essa foi a questão que os engenheiros da Google Jeffrey Oldhan e Robert Snedegar tentaram responder. Para tanto, a empresa comparou o volume de pesquisas enviadas para o site de buscas num dia normal com o dos dias em que houve jogos.

E o primeiro dos jogos analisados pela gigante de buscas não poderia ser outro: Brasil x Coreia do Norte. Dentro de campo, nossa estreia na Copa em 15/6 pode não ter sido tão empolgante quanto esperado. Mesmo assim, o volume de pesquisas submetido à Google diminuiu em 60%, aproximadamente, durante a partida, como mostra o gráfico (note que há um pico de acessos justamente entre o primeiro e o segundo tempos).

Como chegamos aos 60%, se a Google não deu números absolutos? Bem, usamos uma aproximação com base em proporções geométricas (ver figura abaixo). Medimos, com uma régua comum, os lados dos retângulos amarelo e verde, e a base e altura do triângulo azul. Calculamos as respectivas áreas (a área amarela será o total de queries em dias normais) e somamos as áreas verde e azul (que representam, juntas, o total de queries no dia do jogo).

A divisão desse número pela área amarela nos dá o quanto ela representa no todo – o Numeralia encontrou 0,415, ou 41,5%. A diferença entre 100% e 41,5%, ou 58,5%, foi a queda em pesquisas que encontramos. Mas lembre-se, é apenas uma aproximação; portanto, 60% surge como uma boa estimativa.
Embora não tenha revelado seus números, a Google se empenhou em ilustrar seu ponto de vista: elaborou um gráfico onde compara essa queda nos acessos em 32 países. O resultado, nas palavras da Google: “O Brasil ficou no topo do gráfico, com uma queda de 50% no número médio de consultas durante as partidas de sua seleção, em comparação com o volume habitual”.

Para quem pensa que parar para a Copa é coisa tipicamente brasileira, uma surpresa: o segundo lugar no gráfico coube à Alemanha e o terceiro, à Holanda – que, não por acaso, tiveram um bom desempenho na Copa, chegando às semifinais. A surpresa do gráfico é a Coreia do Sul, que ocupou o quarto lugar em queda de volume de buscas – e isso apesar do fuso horário que fazia alguns jogos serem transmitidos às três e meia da manhã (hora local).

E o Twitter? Ao contrário da Google, foi durante os jogos que o microblog enfrentou seus maiores picos de audiência – e que colocaram seus servidores várias vezes à prova, especialmente na última partida, Espanha x Holanda, em 11/7. “A final da Copa do Mundo representou o mais longo período de atividade permanente sobre um único evento em toda a história do Twitter”, admitiu a empresa em seu blog.

Durante a partida que deu o primeiro título mundial à Espanha, a atividade no Twitter foi muito maior que a média, afirmou a empresa. “Nos 15 minutos finais do jogo, tivemos mais de 2 mil tweets por segundo (TPS); no gol espanhol que decidiu a partida, chegou-se a 3.051 TPS.
Para ilustrar o impacto dos tweets durante os jogos, o Twitter criou um gráfico engenhoso, que mistura as variações em TPS com a quantidade de tweets publicados – a nacionalidade dos tweets foi identificada pelo uso de “hashflags” (como #bra). O gráfico revela que o jogo contra a Holanda que eliminou o Brasil da Copa também ultrapassou a barreira de 3 mil TPS; Brasil x Chile passou de 2,5 mil TPS; Brasil x Gana, pouco mais de 2 mil; e Brasil x Coreia do Norte, mais de 2,5 mil. Para um mês em que o Twitter admitiu apelar para soluções temporárias como forma de combater as diversas panes que assolavam o serviço, não é pouca coisa.
Fonte: IDG NOW

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