20111128

Conteúdo para mídias sociais não deve ser discurso de venda direta

Entrar e estar nas redes sociais online com o mesmo pensamento de antigamente, oferecendo uma propaganda e um discurso intrusivos, deve ser deixado definitivamente para trás. No ambiente online, as pessoas esperam das marcas uma abordagem diferente (para melhor) daquela das mídias tradicionais (especialmente da TV).



Um dos clientes atendidos por nós chegou com o briefing direto ao ponto: o conteúdo teria de ser lúdico e com linguagem publicitária, com foco em vendas.
Eram posts para o Twitter (tweets) e para o Facebook. A oferta era de ingressos para um espetáculo internacional de cunho infantojuvenil (tom lúdico). Logo, o discurso de vendas deveria ser direcionado principalmente aos pais (que, diga-se de passagem, detêm o poder de compra).
O cliente em questão chegou por meio de uma agência parceira, que, não podendo atender à demanda, repassou para Dr. Conteúdo.
Até aí, tudo bem; não íamos recusar a proposta, justamente por não ser um cliente direto – como falei, era cliente da agência, que nos repassou o serviço, o que é uma prática até comum. Mas se fosse um cliente direto de Dr. Conteúdo, o aconselharíamos a mudar o enfoque, e, juntos, mudarmos o planejamento de conteúdo, não usando uma linguagem de vendas tão intensa e ostensiva.

Consolidação da marca

Quem tem mais possibilidades de ganhos: o vendedor que apenas anuncia o nome e o preço do produto, ou o que fala o nome e o preço mas também os benefícios e vantagens, que sorri, que brinca, que entretém?
O segundo tem muito mais chances de vender e obter mais lucros (que é o que todos buscamos no final das contas) do que o primeiro, ainda que a médio e longo prazo, porque ao informar também (e principalmente) as vantagens e benefícios do produto e por criar uma empatia e aproximação com os potencias clientes, ele planta uma semente e começa uma relação – e relação se constrói a médio e longo prazo.
Eu mesmo assisti a ambas as situações por diversas vezes: no ônibus, um vendedor de balas e guloseimas, que apenas fazia um discurso de coitado e falava o nome e o preço do produto, vendia uma ou duas unidades; outro, que já chegava entretendo todo mundo, contando piadas e “causos”, rindo, apontando características até engraçadas nas pessoas, falava dos benefícios do produto, que em casa a esposa, o marido e as crianças iam gostar, este vendia dezenas de unidades das guloseimas.
A mesma coisa deve acontecer com as empresas nas mídias sociais: elas devem entender (e principalmente as agências devem evangelizar e alertar) que estes são canais de relacionamento, de diálogo e de consolidação da marca a médio e longo prazo, e não de vendas diretas, com uma sistemática na qual apenas se canta o produto e seu preço e espera-se comprador. Aí a frustração vem a galope, até que assimilem que primeiro tem de preparar o terreno, estar preparado para debater, atender, envolver, responder, solucionar…
Fonte: Dr. Conteúdo
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