20100913

Você notou um gap no budget do seu business plan?

É muito comum em nosso cotidiano ouvirmos as pessoas falando algum tipo de expressão em inglês. Já não nos é estranho ouvir alguém dizer que vai a um happy hour, ao shopping, ou comprar um novo notebook. Muitas dessas expressões já foram incorporadas ao vocabulário dos brasileiros, em especial, nos ambientes empresariais. Nas multinacionais, obviamente, mas também nas empresas nacionais. E não é por menos, as línguas não são mais “territorizadas”. Todo o processo de globalização faz com que hoje tenhamos acesso às mais variadas informações e conteúdos nesse idioma. Muitas de nossas referências e de práticas corporativas vêm de fora, assim como programas de computador e outras tecnologias em geral.

E não há problema algum nisso. Irritar-se e negar as expressões estrangeiras abolindo-as do seu vocabulário pessoal, realmente não faz o menor sentido. Ignorar essas tendências idiomáticas seria como nadar contra a maré. O problema, na realidade, reside no “deslumbre corporativo” que se estabelece sobre o uso dessas expressões. O inglês já é uma exigência inegável para o sucesso profissional. Desta forma, em nome do status que esse conhecimento proporciona, muitos profissionais se tornam incapazes de concluir uma frase sem utilizar uma expressão da língua inglesa, como se aquelas palavras fossem completamente intraduzíveis.

"Existem pessoas que, para se valorizar profissionalmente, utilizam um termo com o qual não estão familiarizadas, usando-o inadequadamente"

Esse exagero pode ter como consequência o ruído na troca de informações. O interlocutor pode não compreender e, por vergonha ou insegurança de ser excluído do meio em que está inserido, não perguntar o que se quis dizer. Ou pior, para se valorizar profissionalmente, o indivíduo utiliza um termo com o qual não está familiarizado, usando-o inadequadamente. Se o indivíduo estiver conversando com alguém que entenda menos que ele sobre o assunto ou sobre o próprio idioma, a atitude pode até passar despercebida, mas se por acaso o ouvinte tiver mais conhecimentos acerca do tema, será uma saia justa e tanto.

Esse é o momento de ponderar até onde vai a real necessidade do uso dessas palavras e onde começa o ridículo. Esse discernimento e bom senso de quando utilizar alguma expressão faz toda a diferença entre um e outro profissional.

A tendência é que utilizemos cada vez mais outros idiomas em nosso dia-dia. Há situações que requerem seu uso e não há mais como voltar atrás. O segmento de tecnologia da informação, por exemplo, é rico em expressões norteamericanas. Há casos, inclusive, de profissionais que utilizam o que chamo de VVP, Vocabulário de Valorização Profissional, ou seja, recheiam suas frases de expressões de conhecimento peculiar de certo segmento para conferir se o interlocutor também é detentor de tais conhecimentos.

Não concordo com o uso exacerbado de expressões estrangeiras, mas em alguns casos seu uso é saudável, até porque se brigamos por um mundo globalizado, precisamos conhecer outras línguas e culturas. O que vale, acima de tudo, é o bom senso.
Fonte: Amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário