20100113

O ano em que faremos contato (via 3G)

Analistas apostam que 2010 será o ano da banda larga móvel. Aumento no número de usuários tende a desencadear investimentos em vários setores
O ano recém começou e os analistas já afirmam sem hesitar: 2010 será o ano da banda larga móvel no Brasil. Em franco crescimento - as perspectivas são de alta de até 20% no número de usuários a cada trimestre -, a tecnologia se encaixa como uma luva no atual cenário de desafios e oportunidades da rede brasileira de dados. Primeiro, porque as redes convencionais de banda larga ainda não chegam aos rincões mais afastados do país, especialmente aqueles com menos de 30 mil habitantes. Segundo, porque as operadoras de telefonia móvel têm todo o interesse em vender serviços complementares que ajudem a rentabilizar suas operações - e a banda larga parece ser a solução ideal para isso.

"A demanda reprimida pela banda larga móvel é muito grande, especialmente por causa do custo dos acessos, que ainda é alto", explica João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da consultoria IDC Brasil. Ele conta que a demanda por esse tipo de serviço não seria tão grande se as operadoras de telefonia fixa investissem mais na expansão de suas redes. "Existe um certo descaso das operadoras fixas com as chamadas ‘comunidades de baixo retorno', que ficam mais afastadas dos grandes centros. E esse será um dos grandes fatores de desenvolvimento da banda larga móvel no país ao longo deste ano", diz Bruder.

O analista do IDC conta que, até o ano passado, a banda larga móvel era um serviço meramente complementar destinado, principalmente, a usuários das classes A e B - que normalmente já têm acesso de alta velocidade pelas redes fixas. "Agora, porém, nós estamos vendo uma inversão nesse comportamento. Muitas pessoas já estão recorrendo às redes 3G como primeira opção de acesso", assegura Bruder.

O boom de usuários da banda larga móvel deve provocar uma nova - e generosa - rodada de investimentos em infraestrutura de telecomunicações. Entram aí torres de transmissão, data centers e outros equipamentos e atualizações necessários para comportar o aumento no tráfego de dados pelas redes 3G. "No momento em que as pessoas têm acesso à internet com maior qualidade, elas começam a explorar e gerar mais conteúdos. Elas compartilham fotos, assistem vídeos no youtube, geram tráfego... E isso demanda investimentos em data centers de todos os tipos", raciocina Luís Minoru Shibata, diretor de consultoria da PromonLogicalis, empresa especializada em integração de soluções de TI.

No mercado corporativo, os grandes investimentos serão no mercado de colaboração. "Hoje, por exemplo, o grande gargalo das metrópoles é o trânsito. Isso gera demanda por soluções de videoconferência e telepresença, por exemplo", conta Shibata.

Por: Andreas Müller | Revista Amanhã

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