20101111

Internet levou a eleição para o segundo turno


A internet e as redes sociais foram essenciais para que a ex-presidenciável Marina Silva (PV) conquistasse 20 milhões de votos, o que impulsionou a eleição para o segundo turno, avalia Caio Túlio Costa, coordenador de mídia digital da campanha da verde.

Durante o Media On, 4º Seminário Internacional de Jornalismo Online, realizado nesta quarta-feira (10) em São Paulo, o jornalista mostrou a convergência do mapa de votos que teve Marina com o mapa das cidades que acessaram sites da campanha.

Segundo ele, Marina buscou compensar o pouco tempo da TV (cerca de 1 minuto e 20 segundos) com o uso intenso de redes sociais, o que deu bons resultados, já que no começo da disputa a candidata era desconhecida por 60% dos eleitores. Comparando com a campanha de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, Costa avalia que as redes sociais foram melhor aproveitadas aqui no Brasil.

- A gente tinha poucos recursos e tinha que dar um jeito e planejar uma estratégia diferente.

Em cada espaço da rede, a campanha conversou com um perfil de eleitor. No Orkut, por exemplo, os verdes priorizam os evangélicos. No Facebook, a classe média e as mulheres. Já no Twitter, focou nos usuários de vanguarda da internet.

No Itaú Cultural, Costa debateu o papel da internet nas eleições com coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), respectivamente, Marcelo Branco e a ex-vereadora Soninha.

A estratégia de acompanhamento das redes sociais também foi importante para a campanha petista, que se preocupou em falar também com quem não tinha acesso à rede. Branco lembrou que a base dos eleitores de Lula e Dilma são os “desconectados”. Por isso, foram organizados encontros em 27 Estados para conhecer os eleitores e também para se aproximar dos militantes voluntários das redes sociais.

- A reputação na internet não se constrói em três meses.

Para Branco, “a internet criou um terceiro bloco de formadores de opinião”, além dos meios de comunicação de massa e das campanhas e partidos.

- A internet é um espaço de expressão individual e os eleitores passaram a dar uma nova dinâmica à campanha, independente.

Os temas religiosos, que apareceram no final do primeiro turno, não surgiram nas redes sociais, conta o coordenador da campanha de Dilma. Eles ganharam força nos e-mails e, com atraso, no Orkut.

Soninha, que assumiu a coordenação do site oficial de Serra no início da campanha, diz que não acreditava em uma grande influência da internet das eleições, já que os brasileiros costumam escolher seus candidatos em contato com familiares, amigos ou, por exemplo, ouvindo um programa de rádio local.

- Fui mudando de ideia ao longo da campanha. A internet se tornou um pouco de encontro e permitiu o engajamento voluntários de eleitores que não iriam às ruas levantar uma bandeira – idosos, por exemplo.

Marcelo Branco também apostou no envolvimento de voluntários, principalmente autores de blogs, e na construção de materiais de campanha de forma colaborativa.

Pontos fracos

Coordenadores também apontam pontos que poderiam ter sido melhores nas campanhas virtuais. Para Marcelo Branco, faltou maior integração entre a comunicação da TV e da internet.

- Um não chamava para a audiência do outro.

Já Soninha avalia que deveria ter iniciado o planejamento das estratégias com mais antecedência. Para ela, a campanha poderia ter coordenado melhor as redes sociais e ter aproveitado mais ferramentas como os mailings de e-mails. Caio Túlio Costa admitiu o mal uso de vídeos na internet.

Fonte: R7

Um comentário:

  1. Olá! Bem montado o blog,é legal.

    Acho que realmente a internet contribuiu com as eleições, mas não foi o mais importante no pleito. As propostsa, os perfis dos candidatos e os bate-bocas e escandâlos impulsionaram a decisão do brasileiro...Não votei nulo, mas votei meio descrente com possíveis mudanças.

    Att,
    Irmãs Conectadas.

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