20100830

E-mails em demasia, irritação para a freguesia

Seja sincero consigo mesmo. Você lê todos os e-mails que chegam à sua caixa de entrada? Tenho certeza que a maioria das pessoas responderá que não, afinal, a quantidade de informação que recebemos diariamente pelos diversos tipos de canais de comunicação é assombrosa. São e-mails profissionais, pessoais, piadas, pedidos, correntes religiosas, protestos e uma infinidade de outros assuntos – nem sempre relevantes ao interlocutor.

Isso sem contar todas as outras formas possíveis de nos encontrar: telefones, sites de relacionamento (pessoal e profissional), celulares, bips etc. Mesmo assim, pelo que vejo diariamente acontecer com as pessoas à minha volta, me arrisco a dizer que o celular e o e-mail caminham lado a lado no ranking de ferramentas mais utilizadas para as pessoas nos contatarem.

No entanto, existe uma diferença muito grande entre os dois meios. No celular, normalmente as pessoas nos procuram quando realmente têm algo a dizer. Pode ser algo importante (ou nem tanto), mas o que tem para ser dito é dito e ponto final (não estou falando de namoricos por telefone, que se estendem horas a fio). Já por e-mail as pessoas tendem a ser mais prolixas. E pior, algumas usufruem tanto dessa ferramenta que enchem a caixa dos outros com textos e mais textos nem sempre pertinentes. Sem contar a chuva de spams que lotam nosso e-mail sem pudores.

Reparei nos últimos tempos uma grande dependência das pessoas em utilizar o e-mail para se expressar. Nas empresas, por exemplo, vejo pessoas que sentam lado a lado se comunicarem através de e-mails e, no final do dia, somarem quantidades exorbitantes de mensagens – umas lidas, outras não. Isso acontece por vários motivos.

Os mais preocupados, utilizam o e-mail como forma de documentar pedidos e avisos que, posteriormente, podem gerar algum tipo de problema. Os mais políticos acreditam que por e-mail conseguem manter uma proximidade maior com pessoas que não dão tanta abertura para um contato mais contíguo. Há quem utilize o e-mail por timidez. E outros, ainda, preferem o e-mail por acreditar que se expressam melhor pela via escrita.

Por conta disso, muitas informações realmente relevantes acabam se perdendo em meio a tanta baboseira. Pense comigo: se há uma pessoa que sempre envia mensagens supérfluas, chegará uma hora em que não darei mais atenção a suas mensagens. Mas quando ela me mandar algo realmente fundamental, pelo costume, vou ignorar a mensagens e não terei acesso àquele e-mail ou àquelas informações importantes.

É aí que chego ao ponto em que queria. É preciso ter uma maior consciência ao enviarmos e-mails para nossos contatos. As ferramentas de comunicação têm sido banalizadas por todos, fazendo com que informações importantes não cheguem ao destino corretamente. Veja bem: se você tem o costume de expedir muitos e-mails, sugiro que antes de enviar pense se é realmente necessário.

Existem casos em que você poderá optar por falar pessoalmente ou esperar até que haja uma oportunidade mais adequada. Se for realmente necessário, tente colocar todas as informações numa mensagem só. Assim, evitará que a pessoa retorne aquele e-mail com perguntas que você poderia ter respondido na primeira mensagem. Afinal, a falta de informação gera problemas sérios de entendimento para o interlocutor, assim como pode aumentar exponencialmente o troca troca de mensagens pelo mesmo assunto. A máxima na comunicação não muda: expresse-se de forma clara, concisa e precisa.
Fonte: Revista Amanhã

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